Na manhã de quarta-feira, 6 de junho, o dólar alcançou R$ 5,30. Esse aumento foi impulsionado por fatores geopolíticos, a condição econômica nos Estados Unidos e as incertezas fiscais do Brasil.
De acordo com Enrico Cozzolino, Chefe de Análise na Levante, conflitos globais como Israel-Rússia-Ucrânia e tensões entre China e Taiwan têm influenciado o cenário econômico. Gustavo Cruz, Estrategista-Chefe da RB Investimentos, lembra que a expectativa inicial do mercado era uma sequência de cortes nas taxas de juros nos EUA, mas essa perspectiva mudou significativamente para um ou dois cortes apenas.
Com taxas de juros mais atrativas nos EUA, investidores estão direcionando seus recursos para lá devido ao menor risco comparado a mercados emergentes. Alexandre Viotto da EQI Investimentos destaca que a questão fiscal brasileira é um fator crucial no enfraquecimento do real. Internamente, há preocupações sobre o cumprimento das metas fiscais no Brasil e se haverá superávit primário este ano ou no próximo. A recente alteração na regra fiscal aprovada há menos de um ano contribui para essas incertezas.
Além disso, as divergências dentro do conselho do Banco Central e a troca iminente na presidência podem criar um órgão mais tolerante com a inflação até 2025. O crescimento recente do PIB brasileiro foi acompanhado por um aumento na dívida pública. Enrico Cozzolino alerta para a sustentabilidade desse crescimento em longo prazo, especialmente com desastres ambientais afetando partes do país.
Previsões e Recomendações
O Boletim Focus prevê que o dólar chegue a R$ 5,05 em dezembro. No entanto, Alexandre Viotto acredita que alcançar esse valor pode ser desafiador devido às eleições americanas que influenciam os preços das commodities e ao comportamento inflacionário dos EUA. Pedro Afonso Gomes concorda parcialmente com as previsões apontando uma queda gradual do dólar abaixo de R$ 5,25 por volta de setembro.
Monitorar tanto as decisões sobre taxas de juros dentro quanto fora do Brasil é fundamental. Gustavo Cruz sugere que os dados econômicos vindos em agosto serão cruciais para determinar futuras políticas monetárias nos EUA. Dependendo dos cortes nas taxas realizadas pelo Federal Reserve (Fed), o dólar pode fortalecer-se ou perder força frente ao real.
Para quem planeja viajar ao exterior, os economistas sugerem que o valor alto do dólar deve se manter antes de possíveis quedas mais adiante. Portanto, recomendam o uso da estratégia “preço médio” para mitigar impactos cambiais comprando dólares em diferentes momentos e reduzindo assim a vulnerabilidade às oscilações diárias das tarifas durante certos períodos.
Para viagens no final do ano, implementar essa estratégia meses antes é especialmente útil devido à dificuldade em prever precisamente as taxas futuras de câmbio USD-BRL. Assim, distribuir compras ao longo do tempo pode ser uma alternativa mais segura financeiramente falando.“`html
Data | Fato Principal | Comentário |
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6 de junho | Dólar alcança R$ 5,30 | Impulsionado por fatores geopolíticos e incertezas fiscais no Brasil. |
– | Conflitos globais | Israel-Rússia-Ucrânia e China-Taiwan influenciam o cenário econômico. |
– | Expectativa de juros nos EUA | Mercado esperava cortes, mas perspectiva mudou para um ou dois cortes. |
– | Investimentos nos EUA | Taxas de juros mais atrativas levam investidores a direcionar recursos para lá. |
– | Questão fiscal brasileira | Crucial no enfraquecimento do real; incertezas sobre metas fiscais. |
– | Boletim Focus | Prevê dólar a R$ 5,05 em dezembro, mas alcançar esse valor é desafiador. |
– | Estratégia “preço médio” | Recomendada para mitigar impactos cambiais ao comprar dólares em diferentes momentos. |
“` Com informações do site Istoé Dinheiro