Viajar para um novo lugar é um misto de medo e fascinação
Durante um atribulado período, uma forte emoção me assaltava sempre que chegava a um local inexplorado, evocando uma curiosa sensação de familiaridade e estranheza ao mesmo tempo.
Este sentimento era uma mistura confusa de empolgação e cautela diante do desconhecido, algo que ainda não consigo definir com exatidão, apesar de ter desvendado a sua origem. À medida que me aventurava pelo mundo, comecei a associar essa sensação a um intenso temor misturado com fascínio.
Recordo-me vividamente das primeiras vezes em que experimentei essas emoções únicas. Desde minhas explorações iniciais pelo distrito Silom em Bangkok, até minha navegação pelas margens peruanas do lago Titicaca.
Independentemente do destino, essa mesma sensação pairava no ar, provocando-me questionamentos profundos sobre a natureza desse fenômeno interno. Mesmo após identificar sua origem, continuo vivenciando esses sentimentos de forma intensa durante minhas viagens mais recentes pela Bulgária, Malta e Botsuana – territórios que se revelaram igualmente enigmáticos.
Frequentemente convidado para falar sobre viagens em diversos eventos e instituições ligadas ao turismo, compartilho uma teoria que resume as motivações por trás das minhas jornadas como “os três D: Desconectar, Descobrir e Deslumbrar”.
O primeiro D refere-se à necessidade de desconectar-se da rotina e das demandas cotidianas, buscando um refúgio para nutrir o prazer pessoal e desfrutar da companhia dos entes queridos durante as tão almejadas férias.
No contexto de um mundo cada vez mais conectado, desconectar-se tornou-se uma tarefa árdua. Contudo, é justamente esse anseio por desligamento que nos impulsiona a deixar nossa zona de conforto em busca de novas experiências.
O segundo D remete à busca por autoconhecimento e ao estímulo para explorar novas culturas – uma prática enraizada desde os primeiros dias da minha juventude.
Considerando o terceiro D, o ato de deslumbrar está intrinsecamente relacionado à intensificação dos nossos sentidos diante do novo e do desconhecido. Este é o elemento-chave que me levou a compreender essa sensação peculiar ao estar em um novo lugar: trata-se de mergulhar completamente nos estímulos sensoriais proporcionados pelo ambiente.
Num contexto geral, embora tenha identificado a fonte dessa complexa emoção, continuo imerso nesse turbilhão emocional sempre que piso em solo desconhecido. Essa bela amalgama entre lembranças vívidas e expectativas futuras reforça meu compromisso eterno com as viagens enquanto meio de autoconhecimento e expansão cultural em nosso planeta diversificado.
Localidades Visitadas | Emoções Vivenciadas |
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Bangkok, Silom | Familiaridade e estranheza, empolgação e cautela |
Lago Titicaca, Peru | Sensação de temor misturado com fascínio |
Bulgária, Malta, Botsuana | Enigmáticas e intensas |
Com informações do site UOL.